julho 2014

5 de jul. de 2014

Política, religião e futebol: por que não discutir?


Política, religião e futebol: por que não discutir? E na minha opinião, esse provérbio é um erro, um reflexo de um de nossos maiores defeitos culturais: essa aversão ao conflito, a falar o que pensamos. Com exceção do futebol, que para mim é uma discussão não tão importante, o resto deve sim ser discutido.

As pessoas pensam que não podemos discutir esses 3 assuntos simplesmente porque são coisas em que devemos respeitar (ou fingir respeitar) a posição dos outros sem falar sobre isso. Como as pessoas formam sua ideologia política e sua religião? Da mesma forma que escolhem o time de futebol para o qual torcem: na infância, pela influência dos pais e de outras pessoas e acontecimentos DO MOMENTO. O problema é que dificilmente vão mudar, aconteça o que acontecer. É o que chamamos de CRENÇAS ARRAIGADAS. E para mim, um dos maiores problemas do mundo.

Poucas pessoas têm a mente aberta e pesquisam sobre várias religiões antes de chegar a uma conclusão de “qual é a melhor”. A maioria tem uma definida na infância, talvez definida há séculos por seu tatatatatataravô, e ficam presas a isso por todas suas vidas. Aí elas justificam sua escolha com esse papinho de que “cada um tem a sua, não existe religião melhor”. Dessa forma, não precisam discutir racionalmente os prós e contras de sua religião. Falam que religião é uma coisa de emoção, de sentir, de fé, e não de razão. Para mim, uma grande bobagem: como você vai definir uma coisa que influencia toda sua vida, todas suas atitudes, desse jeito? Sem base nenhuma?

E se “cada um tem a sua”, porque os religiosos costumam julgar tanto os que são de outras crenças ou mesmo os ateus?

Aí vemos um problema do brasileiro médio (e talvez das pessoas em geral): ele não vê alternativa entre respeitar e concordar com tudo que uma pessoa pode pensar de diferente dele ou entrar em guerra com essa pessoa.
*Observador Político.